Aqueduto da Amoreira

A partir do séc. XV, devido ao aumento de população, Elvas passou a debater-se com graves problemas de abastecimento de água. D. Manuel I pretendeu resolver o problema com um imposto - o Real d’Água - que financiasse a conservação do Poço de Alcalá, operação que não resolveu o problema. Então, a edilidade local decidiu construir um aqueduto que transportasse a água de Amoreira para o centro da cidade. D. João III nomeou Francisco Arruda para executar o projecto. As obras decorreram de 1537 a 1542, ano em que o canal chegou ao Convento de São Francisco. Entre 1547 e 1571 a obra parou e nova interrupção se verificou com a chegada da dinastia filipina, em 1580. Retomada no início do séc. XVII, em 1610 conclui-se que a altura do aqueduto não permitia levar a água até ao Lg da Misericórdia. Só em 1620 as águas passaram os muros da cidade. Em 1622, passados 85 anos sobre o início da sua construção, a água da Amoreira passou finalmente a jorrar na Fonte da Misericórdia. Mais tarde chegaria à Fonte de São Lourenço (séc. XVIII). Em 1650 foi concluída a grande cisterna, que garantia 4 meses de autonomia à cidade em caso de cerco.

Muito mais antigo que o Aqueduto das Águas Livres, de Lisboa, tem 7.504m e é o segundo mais extenso do País.
O troço com arcaria tem 1,6km, chegando a ter 4 níveis de arcos sobrepostos, onde atinge a sua máxima altura (31m).
O apoio da Coroa portuguesa para a sua construção foi escasso.
Demorou 122 anos a ser construído, mas só 150 anos depois do início da obra, com a construção da cisterna (1650), foi possível estabilizar o abastecimento de água à cidade.