Coudelaria de Alter

A Coudelaria de Alter foi fundada em 1748 e tem vindo a dedicar-se em particular ao cavalo alter-real, puro-sangue lusitano. Situa-se na Tapada do Arneiro, herdade com cerca de 800ha, muito rica do ponto de vista natural e até arqueológico. É atualmente gerida pela Companhia das Lezírias e organiza todos os anos o conhecido leilão de cavalos da Feira de S. Marcos, em Alter do Chão. Esta é a casa-mãe do alter-real. Além da manutenção da linhagem e venda de cavalos, a Coudelaria de Alter integra outras valências e serviços: atividades e artes equestres, passeios turísticos e caça desportiva.

No reinado de D. João V, O Magnânimo, em 1748, foi fundada a Coudelaria de Alter. Mas terá sido o príncipe e futuro rei, D. José I, quem estruturou toda a iniciativa: das construções à constituição da manada, do alargamento da área de pasto até à redacção do seu regime coudélico.
Não menos importante foi o papel da Casa Ducal de Bragança como executante do plano régio. O apogeu internacional alcançado entre 1771 e 1800 pela Coudelaria de Alter e pelo cavalo Alter Real não foi obra do acaso. Deveu-se a uma estratégia metodicamente executada que, em menos de 30 anos, apresentou resultados invejáveis perante todas as cortes europeias.
Hoje, a Coudelaria de Alter continua a gerir um valioso património genético, articulando a sua actuação com os criadores.
Mas também tem as suas portas abertas para os que queiram conhecer mais de 265 anos da sua história e actividade ou experimentar a prestação da sua produção cavalar. tudo em cerca de 800 hectares, a 4km de Alter do Chão.

Coudelaria Real
D. João V, depois de ser aclamado rei no início de 1707, encontrou a situação coudélica nacional sem brilho: fraca qualidade da produção cavalar e Palácio Real sem picadeiro.
Um ano depois, após a aquisição de bons cavalos no estrangeiro, o monarca havia criado as condições para vir a ter uma das mais prestigiadas picarias reais da Europa.
No desenvolvimento desta estratégia funda, em 1748, a Coudelaria Real na Coutada do Arneiro, propriedade da Casa de Bragança, com o duplo objectivo de produzir cavalos de sela de alta selecção e de fornecer reprodutores aos criadores nacionais, para melhorar a produção cavalar portuguesa.
Notabilizou-se além-fronteiras pela criação dos cavalos puro-sangue Lusitano de ferro Alter Real, pela recuperação e fomento da pureza da sua raça, não sendo de estranhar que a Coudelaria de Al- ter tivesse, entre 1770 e 1800, a sua época de ouro.

A Coudelaria de Alter sempre no Terreiro do Paço

Alguns autores referem que a ideia do estabelecimento da Coudelaria de Alter se deve a D. José I, ainda príncipe.
Para a sua gloriosa estátua equestre - esculpida por Machado de Castro em 1775 e que está implantada no centro da Praça do Comércio, em Lisboa - figurou como modelo o Gentil, um cavalo Alter Real, um dos mais belos exemplares da Coudelaria de Alter. Na época, a Coude- laria e o cavalo Alter Real estavam no auge da sua fama perante todas as cortes europeias.

Cavalo Alter Real

A fama do cavalo Alter Real não escapou à atenção do invasor napoleónico que, no início do séc. XIX, roubou todos os garanhões, colocando a raça à beira da extinção.
Muito marcado pela raça espanhola Andaluz, mas também pelo temperamento fogoso do Árabe, o Alter Real é um cavalo fogoso, vigoroso e não é para principiantes. É forte, inteligente e sensível e tem uma aptidão natural para as disciplinas da Haute École.